sexta-feira, 18 de março de 2011

Sem Título [3]

Meu nobre vicio, nunca consegui te largar. E agora não te tenho por completo, está escasso, difícil de se achar. Mas mesmo assim o que eu encontro eu agarro e não vou largar até ter usado cada grama ou gota que você gerar. E depois, talvez por não ser tão pura, acaba comigo, paralisa meu corpo a ponto de não conseguir piscar. Fico mal durante dias na cama, virado sempre para o mesmo lado, tentando seguir em frente e não te procurar mais.

Passam-se os dias e eu estou bem, de pé, pronto para seguir adiante e ai, como a morte que transforma a noiva de 25 em viúva aos 26, começa o suor. Um suor frio que aos poucos me faz tremer e que nunca esta sozinho, junto a ele uma dor pungente e continua. Viver se torna impossível, se não fosse tão covarde já teria resolvido esse problema anos atrás. Mas covardia é parte de mim, então eu te procuro.

Entre becos, ruas vazias, esquinas sujas, praças e nas partes nobres, de classe, dessa cidade decadente que nasci. E eu te encontro, quase sem ar, quase sem sangue, entre os meus últimos suspiros. Eu te olho, você sorri e todo esse ciclo está pronto para recomeçar.